Em 23 de junho de 1878, o jornal Província de São Paulo anunciava na primeira página: “Vendo por propostas todas as matas dos terrenos do Bexiga pertencentes a A.J.L. Braga e Companhia”. Assim nascia um dos bairros mais tradicionais de São Paulo, o Bixiga.
O nome foi adotado pelos moradores que desde 1794 habitavam os campos da antiga chácara Samambaia, outrora sesmaria do Capão. Há duas maneiras de explicar o apelido do hoje conhecido bairro da Bela Vista.
Para uns o nome vem do matadouro que há mais de duzentos anos funcionou na rua Santo Amaro, perto da capela da Santa Cruz, onde se vendiam bexigas dos bois abatidos. Para outros se deve a Antônio Manuel, dono de estalagem na região, que trazia no rosto as marcas de bolhas da varíola, daí ser conhecido como Manuel Bexiga.
Nessa época, ocorre a chegada dos italianos que desistiram do trabalho de colher café nas fazendas no interior do estado e se interessaram pelos terrenos da região, aproveitando os preços baixos.
A partir de 1890, o bairro experimentou nova onda de crescimento com a chegada de mais imigrantes: portugueses, espanhóis e muitos outros italianos. Chegaram os italianos da Ligúria, da Lombardia, da Calábria e da Toscana. Trouxeram seus temperos, seus dialetos, seus sotaques, seus tiques e construíram suas casas em ruas estreitas e com aclives que lembravam as pequenas aldeias da Itália. Além dos italianos, chegaram os negros que ocuparam ruas e vilas do Bixiga. Os portugueses chegaram a criar um clube chamado Lusitana, uma herança das 20 famílias, que no início da história do bairro, formaram uma vila, onde se localiza atualmente a rua Rui Barbosa, conhecida à época como Vila dos Portugueses. Os primeiros registros referentes ao Bixiga são de 1559, e dão conta de uma grande fazenda chamada Sítio do Capão, cujo dono era o português Antônio Pinto (capão é uma porção de mato isolado no meio do campo). Décadas mais tarde o local passou a se chamar Chácara das Jabuticabeiras, devido ao grande número de frutas existente nas imediações. Já na segunda década do século 18, o local pertencia a Antônio Bexiga. |
No inicio dos anos 1960, ouve uma cisão, por motivos raciais e foi formado o Aristocrata Clube, pela comunidade negra. Seus componentes de direção. Eram pessoas de alto nível de cultura como Juizes, advogados, professores,sem contar o elevado nível de educação mostrado no trato ao ser humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário